a itália de norte a sul


Pisa, 29 de junho de 2011

A Itália tem boas opções pra turismo em praticamente todas as partes. Mesmo ficando um bom tempo por aqui, é difícil decidir o que fazer. Na nossa lista, incluímos alguns dos destinos considerados imperdíveis e acrescentamos uma ou outra coisa que por alguma razão nos seduziu. Saímos de Roma em direção à Nápoles, atravessamos o País de sul a norte até Veneza e depois de leste a oeste até Cinque Terre. Sempre de trem, que é rápido, prático e barato.

Ilha de Capri

 

Figura humana petrificada em Pompéia

 

Grande Canal de Veneza

 

Cinque Terre

 

Nápoles: esqueça a cidade e conheça a região

Nápoles fica no sul da Itália e é uma das maiores cidades do País. É internacionalmente conhecida por ser a terra da pizza, reivindicando pra si a responsabilidade de produzir as melhores do mundo. Mas, também é famosa por ser a terra da Camorra, a máfia local. Na verdade, a cidade em si é um destino muito pouco interessante. Quase um terço da população é pobre e é um dos locais mais violentos da Europa. A sujeira impressiona, com montanhas de lixo acumulando-se por toda a parte. Então, por que visitá-la? Porque próximo a Nápoles estão lugares como Pompéia, a Costa Amalfitana e a ilha de Capri.

Pompéia é um dos maiores e mais notáveis sítios arqueológicos do mundo. A cidade foi um próspero porto romano no começo do primeiro milênio até que uma sucessão de catástrofes selou seu destino. Um forte terremoto no ano de 63 expulsou boa parte da população e uma erupção do vulcão Vesúvio em 79 a sepultou de vez. O incrível de Pompéia é que a cidade ficou preservada debaixo dos metros de cinzas que a varreram em questão de horas, perdida por mais de 1600 anos. Quando foi redescoberta e começaram as escavações, surgiram prédios públicos, aquedutos, termas, teatros e casas ricamente decoradas com afrescos e estátuas, todos intocados pelo tempo ou por novas gerações. E o mais fantástico foi que surgiram também animais e figuras humanas petrificados no exato momento de sua morte, com o desespero de seu segundo final, congelados por toda posteridade. É bem grande, pois a cidade chegou a ter 20.000 habitantes, mas em sua maior parte é tão interessante como se pode esperar de uma rua com casas comuns em ruínas. Procure os pontos de destaque como o fórum (o antigo centro), os teatros e a sua arena de gladiadores, um pequeno coliseu muito bonito. O Vesúvio continua ativo no horizonte e Pompéia serve como um permanente alerta para os milhões de pessoas que vivem ao seu redor atualmente.

O “coliseu” de Pompéia

 

Uma cidade inteira preservada sob as cinzas durantes séculos

 

O segundo final congelado no tempo

 

Capri é um luxo, em total contraste com a decadência de Nápoles. Rica em vistas maravilhosas dos penhascos de 350 metros sobre o mar transparente e também rica em dinheiro mesmo, repleta de hotéis quatro ou cinco estrelas e pouca ou nenhuma opção pra viajantes de orçamento curto. Tudo bem, é possível visitá-la em um único dia e voltar pra dormir no continente. Chegamos cedo e partimos pra um giro de barco ao redor da ilha, o que vale à pena! Deslizamos por uma passagem por baixo das belas torres das ilhotas de Faraglioni e conhecemos várias belas grutas, especialmente a espetacular Gruta Azul. Após uma entrada bem estreita em que se passa abaixado dentro de um pequeno barco a remo, surge um cenário surreal em que se parece flutuar sobre um azul fluorescente fantasmagórico enquanto o barqueiro canta óperas italianas. Inesquecível! Capri também tem praia, embora sejam pequenas e fiquem lotadas.

Gruta Azul: isso existe!

 

Penhascos sobre o mar em Capri

 

O Arco Natural

 

Ao fundo, as ilhotas de Faraglioni

 

O cenário de sonho de Veneza

Acredite em todo o que você já ouviu falar sobre Veneza. A cidade merece cada elogio e muitos mais! Veneza foi a capital de uma potência econômica e militar que dominou as rotas comerciais que ligavam a Europa ao Oriente durante a Idade Média. Ocupa 117 pequenas ilhas, cortadas por 150 canais e conectadas por 410 pontes. Lá se desloca a pé, de barco ou de gôndola, isso se estiver disposto a pagar o alto preço cobrado pelos simpáticos gondoleiros. Está sempre abarrotada de turistas atrás de suas belezas incomparáveis, das tradicionais máscaras de carnaval e das peças de murano – as originais, diga-se de passagem, pois Murano é o nome de uma ilha vizinha.

Gondoleiro em Veneza

 

Fred atravessando uma das muitas pontes, na cidade em que as ruas são os canais

 

 

Uma boa dica é hospedar-se em Mestre, a parte da cidade que fica no continente. Assim, dá pra amenizar o impacto das altas tarifas dos hotéis locais e não fica a mais do que 15 minutos do cenário de sonho da Veneza que todos temos em mente. Grandes palácios e lindas igrejas esparramam-se ao longo dos canais e há um labirinto de simpáticas ruelas e praças até chegar à famosa Piazza de São Marco. Não tivemos pressa. Grande parte do prazer estava em andar à deriva, deslumbrados com os casarões e a profusão de galerias de arte que víamos. Uma vez na piazza, a Basílica de São Marco, a Torre do Relógio e o Palazzo Ducale compõem o cartão postal. E ainda há muito mais pra ver, mesmo sendo uma cidade relativamente pequena. Tudo em Veneza é único, especial em cada canto e em todos os aspectos.

As tradicionais máscaras do carnaval de Veneza

 

 

Piazza de São Marco, principal cartão postal de Veneza

 

 

 

Ponte Rialto, outro lugar super visitado pelos turistas

 

 

 

O charme de Cinque Terre

Cinque Terre é o nome dado a um conjunto de cinco charmosíssimas vilas na Riviera Ligure, na costa oeste da Itália. São bem pequenas, com casas coloridas que equilibram-se nos vales de terreno acidentado em que as montanhas despencam abruptamente sobre um mar translúcido. Cada uma delas está repleta de cafés e restaurantes deliciosos e tem uma praia ou baía de pedras pra refrescar do forte calor na água fria. Monterosso tem as melhores praias, Riomaggiore é a maior e onde dormimos, Manarola e Corniglia também têm personalidade própria, mas é Vernazza a mais bonita de todas. Dá pra pular de uma pra outra rapidamente de trem ou, como manda a tradição, percorrendo as trilhas que as separam.

 

Em Cinque Terre, as trilhas percorrem os vinhedos ligando uma vila a outra

 

Chegando a Vernazza

 

Em Cinque Tere, as encostas inclinadas foram esculpidas ao longo de gerações em uma sucessão de terraços pra serem usados pra agricultura, acrescentando poesia a já bela paisagem natural. O aniversário do Fred foi comemorado ali, andando de uma vila pra outra, curtindo os visuais incríveis das montanhas e nadando pra espantar o calor. Nada mal!

Relaxando no dia do aniversário – bem comemorado!

 

De Cinque Terre viemos pra Toscana, nosso último destino na Itália e tema pro próximo post.

10 comentários Adicione o seu

  1. valeria coutinho disse:

    Fotos maravilhosas!!!
    Estamos curtindo também.
    Desejamos que continuem mochilando ,com toda essa felicidade visível em suas fotos.
    Bjs

    1. Obrigado Valéria!

  2. Marcia Naves disse:

    Meninos…
    a Itália é prá lá de romântica, ainda mais com o relato de vocês. Curtam cada minuto desta terra. E a Toscana??? Estou aguardando notícias de lá!

    1. Ei, Marcia! Estamos atrasadíssimos com os afazeres do blog… O post da Toscana saiu hoje.
      Os dias lá foram deliciosos! Mas, como não conseguimos ficar muito tempo, ficou com um gostinho de quero mais…
      beijo grande!

  3. magia essa viagem, hein?

    1. Valeu, Dimitri! Já passamos por Londres, sua futura casa…

  4. Wanderson Oliveira disse:

    Caraca! Fotos lindas.. textos poeticos… da ate vontade de conhecer tambem… muito bom! abracos.

    1. Valeu, Wanderson!! E nós também estamos daqui acompanhando a saga do caipira no Canadá!!! Abraços

  5. Shirley disse:

    Parabéns atrasado Fred!!! Continuo curtindo a viagem de vcs por aqui… Vcs acreditam que os 4 dias que fiquei em Salvador foram de chuva… :( mas… sou Brasileira e não desisto nunca, rsrs outra vez voltarei com sol.

    Abraço.

    1. Oi, Shirley! Obrigado!
      Nossa, q azar em Salvador, hein… Boa sorte na próxima!!
      Abraços

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