beijing: negócio da china (2a parte)


Lhasa, Tibet, 07 de outubro de 2011

Estamos de partida pra uma viagem de alguns dias que vai nos levar da capital do Tibet ao Nepal, passando pelo Monte Everest. Mas, antes temos um compromisso a cumprir e vamos completar o relato sobre Beijing que iniciamos na publicação anterior. Já falamos da Tiananmen Square, Cidade Proibida, Lama Temple, Temple of Heaven, Hutongs, Parque Olímpico etc. O que mais esse lugar tem a oferecer? A resposta: muita coisa!

Summer Palace
A grande muralha da China

Pra começar com chave de ouro, uma breve descrição do Summer Palace. Esse lugar é tão bonito e vasto que fomos duas vezes e em cada uma delas passamos uma tarde inteira. Construído em meados do sec. XVIII como palácio de verão dos imperadores chineses, foi destruído em 1860 e 1903 por exércitos franceses e por outros colonizadores. Pra nosso deleite, os chineses sempre o reconstruíam. Pavilhões, torres, templos, pagodes e muitas pontes espalham-se por um enorme e agradabilíssimo parque que contorna o lago Kunming. Tantas belezas não couberam em uma única visita…

A ponte principal do Summer Palace
No Summer Palace, passeando pelo maior corredor do mundo
Summer Palace
Os chineses adoram dragões. Encontramos esse aí no Summer Palace.

Beijing também é lugar pra comprar o melhor do “Made in China”. Porém, com apenas uma mochila em que temos que levar nas costas tudo o que compramos ao longo de um ano, precisamos nos policiar e resistir bravamente às intermináveis tentações. Por sorte, a gente precisava mesmo substituir algumas peças e corremos pro Silk Market. Uma feira coberta no estilo tem-de-tudo e barganhe além do limite… Pra quem prefere o modelo shopping center, a Rua Wangfujing tem a principal coleção da cidade, com vários deles. Fomos lá também, mas por outro motivo. Em uma pequena rua transversal, rola uma feira surreal de comida. Não encontramos carne de cachorro, mas devia estar lá em algum lugar. De qualquer forma, não faltaram escorpiões, lagartas, cavalo-marinho e outras aberrações como estrelas-do-mar no palito. Estão servidos?

Vai um lagarto aí?! Ou uma estrela do mar???
Quem sabe umas lesmas ou minhocas? Na feirinha de comida tem de tudo do bom e do melhor!

Dois dos espetáculos que são a cara da China estão à disposição em Beijing. A Pequim Opera, tradicional na cidade, e o espetacular show de acrobacias. É imperdível! Vimos contorcionistas que deram um nó no nosso estômago, saltadores que fizeram nosso coração pular pela boca, nove mulheres em uma única bicicleta que quase nos derrubaram da cadeira e um globo da morte que nos matou de susto! E, de quebra, compramos o ingresso mais barato e fomos colocados na ala “VIP” do teatro. Muito bom mesmo!

Esses bailarinos faziam loucuras!
Difícil de entender onde está a cabeça de cada corpo!
Dá pra acreditar? Quantas meninas cabem na bicicleta?

Mundo pequeno? Em dos nossos primeiros dias na capital chinesa, andando pelo “nosso” Hutong, reencontramos uma das grandes amigas que fizemos na viagem de caminhão pela África. Tabhitha também está dando uma volta ao mundo e tinha acabado de chegar à Ásia. Sem combinarmos nada, sem sabermos de nada, com um mundo inteiro de opções e mais de um bilhão de pessoas só na China, esbarramos por acaso numa pequena rua de Beijing. Uma fabulosa e feliz coincidência!

Jantar com nossa amiga Tabhitha. Grande e feliz conhecidência!

Também reencontramos um simpaticíssimo casal de espanhóis que conhecemos alguns dias antes em Tunxi. Mas, dessa vez, porque trocamos e-mails e marcamos o local. Fomos todos comer um dos mais típicos pratos de Beijing – o pato assado – em um recomendadíssimo restaurante. Delicioso! Outro jantar memorável, neste sem a companhia dos amigos, foi em japonês muito fino, com um chef praticamente à nossa disposição e a gente podendo comer e beber à vontade. Nada como matar a saudade de comida japonesa no melhor japonês em que já estivemos…

Delicioso jantar com os amigos espanhois e Tabhita.

Com a Tabhitha, fomos conhecer um dos mais famosos cartões postais do mundo: A Grande Muralha da China. Antes de tudo, vamos desfazer alguns mitos: é enorme, mas não dá pra vê-la do espaço. Também passamos a vida acreditando nisso, mas simplesmente não acontece. E não se trata de uma única muralha contínua, mas de vários segmentos mais ou menos conectados cuja extensão total é estimada em cerca de 10.000km. O resto é pura verdade. É uma obra extraordinária e o esforço para construí-la e mantê-la desafia a lógica. Serpenteia pelo topo das montanhas e percorrê-la é uma caminhada puxada, cheia de escadarias bem íngremes. Alguns trechos foram recentemente restaurados e brilham de tão novos, como Badaling. É bom evitá-los, pois ficam intransitáveis de turistas e insuportáveis de vendedores. Descolamos um passeio que nos levou a um trecho praticamente deserto. Na primeira parte, parcialmente restaurada, ainda havia uma ou outra pessoa caminhando. Depois disso, seguimos pela muralha no seu estilo natural, com a cara de quem tem bons séculos de história, e sem nenhum outro grupo à vista. Um privilégio e uma bela forma de dizer “até logo” à Beijing!

Esse trecho da muralha é original! Sem restaurações.

A Muralha é nossa!!

13 comentários Adicione o seu

  1. Bethânia disse:

    Olá!

    Poxa a Muralha é realmente um sonho!Quem dera se ela fosse nossa!
    Ahhhh Letícia hoje me lembrei de ti, tomei muito mate gelado!

    Bj enorrrrrrrrrrrrme nosso

    1. Ela é linda!!! E nesse dia foi só nossa! (e de mais um cara da Suécia, uma coreana e nossa amiga inglesa rs…)
      Bom, pelo menos o pedaço dela em que a gente estava!
      Chá é o que não faltou na China, mas sentimos falta do bom e velho mate gelado!
      Bjos!

  2. Anônimo disse:

    Nossa… parece ser muito cansativo essa muralha… tem que ser no dedão mesmo para subir??? Bom esses dias vcs estarão no Nepal e desta vez eu estarei em Maceió… qd voltar vou continuar vendo as novidades de vcs. Grande beijo.
    Shirley

    1. Oi, Shirley!
      Q tal Maceió?! Eu fui lá só uma vez e já faz bastante tempo… Lembro q as praias ficavam um pco longe, mas q é td mto lindo!
      Dá pra subir na Muralha de bondinho, mas aí prepare-se pra dividi-la com as multidões! Onde tem bondinho, tem gente, mta gente! E vendedores insistentes… Nos disseram, né, pq onde fomos era só no dedão e realmente dá uma cansada! Mas, não tem preço poder curtir o cenário em paz!!
      Bjos

  3. Rogério disse:

    Aê Fred, por causa de vocês a Cibele quer que eu largue o emprego. kkkkkkkk

    1. Anônimo disse:

      Bem que seria uma boa ideia einh! Mas seria no estilo totalmente andarilho, no sentido de entrei de gaiato no navio…rsrs… Acho que vale a pena…

      1. hahahahahahaha! Comentário é da Cibele? Só pode ter sido, né? Ué, vende o apartamento e passa uma década viajando!! rs… Bjos

    2. ahahahahahahaahaha!!!

  4. Amanda Zita disse:

    Aiiii…. me digam: vcs comeram aquelas coisas?
    A viagem continua deliciosa e vcs com umas carinhas ótimas!!!

    1. Eu bem que queria experimentar o escorpião, mas a Letícia não deixou… Comemos umas coisas menos estranhas, mas ainda assim bem diferentes… Vem novas oportunidades pra inseto nojento por aí, aguarde! rs… Bjão!!!

  5. Continuo aqui acompanhando suas aventuras, curtindo cada narrativa, sonhando um dia fazer o mesmo!!! abrs

    1. Quem bom Wesley!! Anime aí, rapaz, e comece a pensar seriamente nisso!!! Abraços

  6. Amaral disse:

    A experiência de vocês é simplesmente fascinante!!
    Há algum tempo venho acompanhando tudinho, mas “por trás da moita”.
    Resolvi enfim comentar e dizer que espero que essa aventura sirva de inspiração para tantos outros, como está sendo para mim.
    Descobri “vocês” no site dos mochileiros e agora sou leitora fiel.

    Boa sorte pro resto da viagem! ;)
    Mariana Amaral – Niterói – RJ

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