Huangshan, 20 de setembro de 2011
Shanghai é bem diferente do restante da China. Não tem construções milenares ou está repleta de lugares sagrados. Moderna e organizada, Shanghai é o futuro que a China sonha em ser. Não é de hoje que é uma de suas cidades mais ricas, dinâmicas e progressistas. Tradicionalmente aberta ao mundo externo, é uma referência econômica, cultural e de design. Cosmopolita e em constante movimento, está consolidando-se como uma das metrópoles mais vibrantes do mundo.
Prédios futuristas, roupas descoladas, trânsito ordenado e ruas limpas. Se você for deixado sem aviso na People Square, no coração da cidade, ficará desconfiado de ter desembarcado em um país desenvolvido. Se atravessar de metrô pra Pudong, o centro financeiro, terá então certeza. O longo caminho que a China está trilhando pra deixar de ser pobre e atrasada já foi superado em Shanghai. O panorama é mutante, com novos arranha céus surgindo no ritmo alucinante do crescimento econômico chinês e antigos bairros sendo demolidos pra dar lugar às torres dos condomínios que abrigarão a emergente classe-média do País.


Foi justamente na People Square – a Praça do Povo – que nós começamos nossas andanças pela cidade. Passamos lá em um final de semana, ideal pra ver as famílias levando as crianças com suas bundas de fora pra brincar no parque. Uma curiosidade: as crianças chinesas não usam fraldas. As calças são abertas embaixo deixando-as “preparadas” pra qualquer necessidade… Essa bonita e agitada praça (na realidade, um parque dividido em praças menores), abriga áreas de lazer, jardins, um grande teatro e vários museus. Entre eles, vale destacar o Museu Urbanístico – sobre o futuro da cidade – e o imperdível Museu de Shanghai, com excelente acervo com o melhor da arte chinesa.


Saindo da People Square, seguimos pela Nanjing Rd. Outrora pólo fashion do País, hoje é uma meca de comércio e turismo. Um mar de gente toma conta de cada espaço, percorrendo as lojas e restaurantes. E essa rua vai dar no Bund, uma das avenidas mais famosas da Ásia. Esse lugar já foi símbolo do poder e domínio de nações estrangeiras (Shanghai já esteve sob o julgo de ingleses, franceses, americanos e japoneses), de quando herdou lindos prédios coloniais. Hoje, um calçadão permite percorrer seus cerca de 2 km admirando o visual desses prédios e dos que estão em Pudong, do outro lado do rio Huangpu – por sinal, os mais altos e vanguardistas da cidade. Especialmente bonito ficar por ali no final do dia, vendo os edifícios acenderem suas luzes. Um espetáculo que atrai pequenas multidões todos os dias.



Quase tudo em Shanghai é novo, foi ampliado ou remodelado. A ordem é construir. Inclusive os templos budistas, que num misto de fé e oportunismo, estão erguendo novos centros de meditação, visitação e doação. O enorme e ainda em expansão Jing’an Temple é um bom exemplo disso. A parte dos bairros históricos que tem conseguido sobreviver foi transformada em shoppings centers ao ar livre. É o caso de algumas ruas na região conhecida como Concessão Francesa. Hoje um bairro elegante, é o local da fundação do partido comunista. Está repleta de ocidentais, uma cidade à parte. Com um pouco de exagero, dá pra arriscar que nós somos quase a maioria por lá. Provavelmente, o grosso disso é formado por expatriados que estão morando na China.



Outra região de grande riqueza arquitetônica é o entorno do Yuyuan Garden. Réplicas recentes das construções históricas ampliaram a área destinada ao comércio voltado aos turistas, sem comprometer o charme do bairro. Um lugar bacana. O jardim em si – o famoso Yuyuan Garden – é interessante, mas não muito mais do que isso.



Pra encerrar, fomos na parte mais moderna da cidade mais moderna da China: os bairros ao leste do rio Huangpu. Avenidas arborizadas e largas, parques e praças muito bem construídos, o grandioso Museu de Ciência e Tecnologia… Pudong é a cereja do bolo. As torres Pérola Oriental, Jin Mao e o World Financial Center, uma após a outra foram roubando o posto de construção mais alta da cidade (e do País) e brigando pelo honra de ser seu maior símbolo. Pra quem vai em busca da China tradicional, esses lugares podem parecer pouco “autênticos”. Mas, isso também é a China de verdade, uma prévia do caminho que o País quer seguir.


Fechamos nossos dias em Shanghai em grande estilo, vendo a noite cair tomando drinks no sofisticado Cloud9 no 87º andar da Jin Mao Tower, a mais de 400 metros de altura. Por onde passamos, quase sempre seguimos em nosso estilo mochileiro, mas eventualmente nos permitimos ser muito chiques!
Oi casal simpático!
Hoje fui conhecer a Marcela, netinha da minha amiga Maria do Carmo.
Comentei com ela o quanto curto e viajo nesse blog.
Daí, decidi comentar minha admiração pelo esquema maneiro que o casal armou , vivência e dividi tão prazerosamente conosco.
Muito boa sorte para vocês.
Kajsa Alves.
Oi, Kajsa!
Que ótimo! Eu estou louca pra conhecer a Marcela também! Só a conheço por Skype…
Fico muito feliz que esteja gostando do blog.
Um abraço!
Vocês sempre foram chiquérrimos, meus queridos!!!
Tô com uma saudaaaaade….
Ei, anônimo! Não sabemos quem vc é, mas gostamos do elogio… rsrsrs…
E, certamente também estamos com saudades!
Realmente vocês estão de parabéns. Dá gosto viajar através de vocês. A forma como descrevem me deixa curiosa em conhecer pessoalmente lugares que nunca imaginei visitar. Continuem aproveitando tudo por aí, que eu continuarei por aqui. Beijos.
Obrigada Rosângela! Que bom que vc está curtindo! E como é bom desejar conhecer novos lugares, né?!
Beijos
Gente tá um luxo hein?! E quem diria que vcs tem até vivido momentos de gente fina no meio do mochilão :) Cuidado com o gráfico de custos hein!?
as fotos estão sensacionais como sempre e minha amiga linda linda!
bjao,
Paula
É amiga, estamos chiques demais, né…
Mas, fique tranquila… os custos estão sendo supervisionados de perto! :)
Bj grande!
Filhotes,
Que beleza,que competencia. Será que serão mais felizes?
É uma forma de superação da “pobreza” em que viviam.Mas….será este o modelo?
Os textos e as fotos estão ótimos. È bom demais poder acompanhar com vcs.
Beijos. Saudades.
Mama.
Boa pergunta, Mama… Mas, é o modelo em que se faz mais dinheiro. Pra uma parte dos chineses, significa mais conforto e prosperidade. Pra maior parte, não mudou tanto ainda. Muita poluição, ainda cheia de repressão política. Mas, é o caminho que a maioria dos países seguiram, difícil culpá-los por tb quererem sua parte dessa “torta”…
Saudades tb! Bjos
Fala moçada !
Continuamos acompanhando aqui em casa e achando muito bom esse enorme capítulo sobre a China. Não sei se vocês ainda vão estar por aí, mas recentemente teve o festival da Lua (chegaram a pegar algo ?) e na primeira semana de Outubro deve ter outro feriado que é o Chung Yeung. Trabalho numa empresa chinesa de telecom, então estou adorando ver de onde vieram essas figuras pelos olhos de um par de brasileiros :-)
Até a próxima !
Legal, Enrico!! No festival da lua a gente estava em Shanghai e saímos de noite pra um bairro que nos disseram q poderíamos ver alguma festa, mas na verdade não tinha nada. Parece q esse feriado é uma coisa mais família, q eles passam em casa. Já a primeira semana de outubro é o feriadão mais disputado de todos. Vamos estar ainda em Beijing no final de semana e certamente vamos tentar ir à praça da Paz Celestial. Mas, disseram q fica impossível, completamente lotada! A ver… No domingo à noite seguimos pro Tibet e é provável q até lá o número de chineses em viagem esteja bem maior…
Abraços e até a próxima!
Caramba, vocês já conhecem a China toda! Pudong parece ser bem legal, mas acho que todas as atenções vão mesmo para os chinezinhos com as partes de fora… será que os pais fazem como com os cachorrinhos e levam um saquinho com pazinha?
Já estou em NY, devo chegar a Ásia daqui a umas duas semanas. Grande abraço e até o próximo post!
Cara, sabe que fazem isso mesmo! rs… Ás vezes colocam eles sobre uma lixeira e os garotinhos mandam ver. Mas, já vimos a cena do saquinho plástico, inclusive dentro de ônibus urbano. Como andam as coisas nos EUA? Vou lá dar uma conferida no seu blog agora e checar seus planos pras próximas semanas. Abraços!
Meu Deus que loucura, isso está parecendo Chicago e NY!Que prédios maravilhosos!
E essas roupinhas dos chineses, práticas em?Muita novidade, e principalmente informação chegando aqui no Ocidente através de vocês! Será que realmente fazemos parte do BRICS??
Bj gde nosso
Bethânia&Papai
É incrível mesmo. A China em algumas questão está décadas atrás da gente, mas em outras, qta diferença! Mas, o que eles estão construindo agora é “coisa de gente grande”. É interessante ver esses constrastes daqui… Bjos
Legal demais Fred!
Valeu, “anônimo”! Identifique-se, rapaz (ou moça)!
chiques no último, literalmente!
Hahahaha! Na verdade, no penúltimo ehehehe. O último andar era o 88o. Então é isso, somos chiques no penúltimo! Abração
Olá pessoal,
Bela viagem de vcs….texto muito bom…parabéns!
Prá auxiliar futuros viajante para àsia, vc poderia adicionar os preços(hoteis, comida, transporte, passeios…), e a avaliação dos hoteis que ficaram..
seram úteis.
muito obrigado.
mario
Oi, Mário!! Obrigado pela sugestão! Pensamos em criar uma área no blog pra isso. Não descartamos a ideia, mas fazer no dia a dia às vezes fica puxado pra gente. Estamos pensando em organizar essas dicas no final, mas se tiver alguma questão pra agora, manda ver que a gente tenta responder.
Valeu!!! Abraços